Próximo a eles a Constituição Federal perde o seu valor, o Estado é inexistente. "Nós somos responsáveis pelo outro, estando atento a isto ou não, desejando ou não, torcendo positivamente ou indo contra, pela simples razão de que, em nosso mundo globalizado, tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) tem impacto na vida de todo mundo, e tudo o que as pessoas fazem (ou se privam de fazer) acaba afetando nossas vidas", Zygmunt Bauman, em Modernidade Líquida. Cerca de 158 mil pessoas vivem nas ruas do Brasil, e em maio deste ano, o número saltou para 184.638, sendo que 84% recebem Auxílio Brasil (Bolsa Família), 87% com idade entre 18 e 59 anos, 3% crianças/adolescentes (0 a 17 anos) e 10% acima de 60 anos, segundo cadastros do CadÚnico. “Invisíveis”, seus poderes são anexados ao “bem estar” dos seus coadjuvantes: "não olha, para ele ir embora", "não dê dinheiro, você não sabe o que vão fazer", "são usuários de drogas", "odeio almoçar aqui, ao redor só tem moradores de rua".
Eles são numerosos, mas para muitos, não possuem valor. Ignorados pelo tamanho do problema que representam, é uma corrida sem vencedores, como lixo jogado para debaixo do tapete, estão localizados onde o assistencialismo não alcança, vivendo de paliativos, refeições distribuídas por ONG’s, cobertores doados, em uma tentativa frustrada de suprir o direito à moradia. Existem aqueles que querem ir além, criar mais leis com o intuito de transformar essa realidade desprezada pela maioria das pessoas que compõem a sociedade brasileira, como é o caso do padre Júlio Lancellotti, que destruiu à marretadas pedras instaladas sob viadutos pela prefeitura de São Paulo, tirando a única alternativa dessa comunidade que “mancha” as capitais do nosso país.
Desigualdade social, os direitos básicos negados, problema público sendo camuflado pelo Estado, municípios, e por todos aqueles que se dizem cidadãos. Mas o que fazer? Quando o Estado esta superlotado, as ONG’s não conseguem abraçar a todos. O que fazer quando os projetos assistenciais existentes não atendem a demanda? Tem como reduzir a desigualdade social ou são apenas delírios? A democracia atualmente se apresenta tão individualista que passaria longe da solução que todos buscamos. Nos dividimos; tem aqueles que lutam pelas LGBTQIA+, outros pela sua cor, pelos índios, pelos animais, meio ambiente, economia, e, até mesmo quando é referente à união das classes menos favorecidas, existe individualidade. Precisa-se de uma lista de prioridades tirando o "meu eu" do cenário e adicionando o "por onde iremos começar".
Que tipo de democracia você vive?
Que tipo de democracia você vive?
Autora: Jonatielen Silva e Silva
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